A caridade é superior a ignorância e a inteligência
![]() |
Imagem freepik |
Numa prisão onde seis infratores da lei sofriam uma tortura incondicional e perpétua, havia apenas um espaço não muito grande, mas suficiente para um indivíduo habitar. O que mais chamava a atenção era uma colher gigante de madeira com um cabo enorme e uma chave que não abria nada, no canto da cela fria e solitária. Do lado de fora, uma janela chegava até a cintura do encarcerado, permitindo que seus braços se estendessem para fora, mas não alcançassem o centro da cela nem a fechadura da sua porta. Era difícil entender por que tudo isso estava ali.
O mais intrigante era que dentro da prisão havia um pergaminho e uma chave, com a seguinte mensagem: "A vida só é completa para aqueles que vivem em união; apenas os tolos, os medíocres e os egoístas pensam de forma diferente." E em outras linhas estava escrito: "Para encontrar a cura para seus problemas e alívio para suas aflições, realizem um simples ato de caridade, alimentando um ao outro e encontrando a liberdade tão sonhada, tanto para si quanto para o próximo. Assim, seus corpos e espíritos serão libertados."
O interessante é que parecia que ninguém sabia ler ou não entendia a mensagem transmitida pelo rei (ou juiz). O tempo passava, a fome aumentava e, todos os dias, no mesmo horário, o almoço e o jantar eram servidos. Os prisioneiros só conseguiam estender os braços para fora da cela, mas não alcançavam o alimento no centro.
Não se sabia qual era a intenção do nobre rei, mas isso era a realidade. Dizia-se que a colher alcançava a comida no centro e as mãos alcançavam a fechadura das celas uns dos outros. Porém, o cabo era longo demais para ser levado à boca de cada um, e os seis prisioneiros tentavam em vão se alimentar.
Com a fraqueza causada pela falta de comida e pela falta de inteligência, a união entre eles era a última coisa em que pensavam naquele lugar. A cada dia, enfraqueciam mais, a ponto de não conseguirem segurar as colheres em suas mãos de tão fracos que estavam.
Um deles percebeu que a colher alcançava a cela do outro e a boca do outro, mas não a sua própria. Isso ficou claro com o tempo, quando suas tentativas posteriores envolviam derrubar a colher do outro para serem servidos primeiro. Um dos prisioneiros que fez essa descoberta gritou com todas as suas forças, o máximo que conseguia.
Passaram-se alguns anos, alguns prisioneiros morreram, um por velhice e os outros dois por causas desconhecidas. Um dia, um dos prisioneiros pegou a chave que parecia inútil e a jogou fora da cela, irritado com sua aparente inutilidade. Estavam velhos demais e enfraquecidos pelo tempo. Um dos três presos restantes decidiu colocar a chave na fechadura da cela do vizinho e, surpreendentemente, a cela se abriu. Incrédulo, gritou com todas as suas forças. No entanto, ao abrir a cela, percebeu que seu vizinho havia morrido recentemente.
Com essa descoberta, os prisioneiros vivos tentaram abrir as celas dos outros, mas perceberam que os mortos não podiam ser libertados pelos vivos. Era como uma espécie de roleta russa de abertura de celas. Eles poderiam ter se libertado mutuamente, mas era tarde demais, e todos morreram ali.
O segredo da vida está em ajudar para ser ajudado, amar para ser amado, perdoar para ser perdoado e libertar para ser libertado. Não deixe o egoísmo destruir a nobreza de servir uns aos outros. Sua liberdade está ligada à liberdade do próximo. Muitas oportunidades podem estar ao seu alcance, mesmo que não sejam diretamente suas.
Boa leitura!