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O Futuro da Educação no Brasil e a Crise da Interpretação Literária nos Jovens


Crédito de imagem: freepik.com

Um olhar crítico sobre a educação e futuro dos textos literários segundo filósofo Nilo Deyson Monteiro

“Não podemos rebaixar a educação para ela se adaptar a realidade dos jovens de hoje, não posso inverter, quero elevar a educação do jovem fazendo ele alcançar níveis de interpretação e compreensão segundo os próprios níveis elevados da literatura e da educação em sua verdadeira função e objetivo final - Nilo Deyson”



A pergunta que ainda não vemos resposta: O que os jovens de hoje estão lendo?

Provocações: “No Enem, que tal ao invés de um jovem ter que interpretar um texto de 40 linhas de uma obra de Machado de Assis, ele pode interpretar um letra de uma música de Oruam?”

Essa parece ser a única e plausível forma de entender essa geração tão fraca em termos de interpretação literária, ao ponto de achar que a educação deve descer o nível dela para atender os queixumes dos jovens que não podem ler um texto de Machado de Assis ou Guimarães Rosa, que isso seria um insulto a ignorância desta geração.


Reflexão: De quem é a culpa?


A essa altura da modernidade estamos crescendo ou deixando de crescer na educação em termos de interpretação de livros e textos? Isso pode implicar na vida profissional e emocional de forma direta como já vem acontecendo a muitos anos e aqui neste momento eu levanto esse alerta que se os professores, alunos e pessoas ligadas ao universo da educação não se moverem criando oficinas, projetos e organização de interesse como sociedade da educação, não poderemos avançar porque é daqui, exatamente dessas ações em conjunto entre profissionais da educação e entidades ligadas a cultura, se não houver um movimento viralizado, não haverá educação de qualidade no futuro.



O futuro da educação começa com quem trabalha com educação, mesmo que já existam centenas de milhares de tentativas e movimentos espalhados e fragmentados na sociedade ligada à formação de jovens e adultos, ainda não vejo algo viralizado como por exemplo, os temas como “operações em favelas”, os “impostos tributários” entre outros, não temos um projeto de educação para defender.



A realidade curricular e a necessidade de mudança

A grade curricular é muito antiga e mesmo havendo melhoras pontuais, ainda não resolveu os problemas de desenvolvimento intelectual dos alunos que ao fazer por exemplo o Enem, encontram uma dificuldade imensa em compreender um texto de literatura. Não é de hoje que falo sobre a importância de se aplicar literatura e filosofia na sala de aula a partir da alfabetização. Essa cultura já existe em países de primeiro mundo, onde alunos de 11 anos conseguem interpretar livros de mais de 200 páginas enquanto que aqui no Brasil, no período de alfabetização, nossas crianças aprendem apenas o que é aquela letra e juntam palavras e textos para essas crianças lerem e irem para o nível de interpretação anos depois.



É preciso desenvolver um sistema de alfabetização onde a criança aprende sobre a letra e paralelo a esse momento, ele possa compreender outros fatores que irão ligar a frase, o texto ao método de compreensão da intenção da mensagem. É preciso entender a intenção da mensagem utilizando de forma imparcial a fidelidade do texto sem a interrupção do professor que por vezes pode dar um parecer pessoal que se formos analisar se esse professor está ligado ao ativismo ideológico de direita ou de esquerda, ele poderá alterar a forma do aluno interpretar o texto. Neste sentido, o profissional da educação precisa desenvolver um método de apresentação dos textos onde ele cria no aluno o senso crítico protagonista e não apadrinhado de um olhar de inclinação do professor.



O poder transformador da literatura

Na infância, em formação de linguagem e textos, os alunos dão muita atenção ao que o professor falar ou direcionar e quando temos por exemplo, um sistema de educação em nível elevado, os nossos professores só irão aplicar o que foi antes em laboratório testado no sentido de fazer com que a criança encontre a solução do problema no texto trazendo uma tese, uma interpretação próxima a intenção da fidelidade do texto original.



Se a criança de 10 anos já consegue, por exemplo, interpretar obras simples como “Negrinha” de Monteiro Lobato, trazendo uma proposta de texto que condiz com a proposta do autor, já temos então um primeiro passo alcançado. Fico muito feliz ao ver jovens com um vocabulário refinado, uma educação de alto nível e mesmo que esse jovem more em uma periferia, ele poderá aproveitar seus conhecimentos para auxiliar sua comunidade em termos de soluções em educação, esportes e outras ferramentas de uso educacional.



Repare como são as ruas das favelas: Barulhentas, som alto, motos pra todo lado fazendo barulhos com cano de escape, gritaria, palavrões e gírias, músicas de funk alto, pagode, samba e muita gente na rua. Tá tudo certo, eu fui criado no Complexo do Alemão, favela do Rio de Janeiro, e quero trazer uma reflexão.



Reparou o clima nas favelas? Agora, repare como é dentro de um condomínio de alto padrão: Não se ouve um barulho de carro, mesmo tendo um carro andando, se ouve o som de pássaros, paz, tranquilidade.



Sabe porque?  “É Óbvio, nível de educação que passa por literatura”

Eu defendo a educação literária porque sei que o futuro da linguagem e das tomadas de decisão estão ligadas ao que se consome como literatura. Os moradores de favelas e os moradores de condomínios de alto padrão seguem tomadas de decisão e estilo de vida segundo suas bagagens em literatura. Sabemos que o brasileiro ler em média um livro por ano e isso levando para uma margem de 35% dos que leem. Enquanto que pessoas que vivem na Noruega, Finlândia, Grécia, Suíça, Canadá e Suécia por exemplo, leem em média, entre 9 a 15 livros por ano ou mais. Porque será que são países de primeiro mundo? Sem falar da China, Japão e Estados Unidos, onde os leitores são vorazes desde criança. Também podemos citar Alemanha, Rússia, Portugal, Inglaterra e França, onde a literatura é muito forte. Todos os jovens nesses países já chegam no mercado de trabalho com uma formação incrível em termos de solucionar problemas complexos do campo de atuação profissional e também utilizam do saber literária de forma inconsciente ou consciente para resolver problemas da vida pessoal.



O impacto cerebral e social da leitura

O fato é que, sem interpretação de textos e sem literatura os jovens irão se perder.

“Faça seu filho ler livros e na vida adulta ele vai lhe fazer conhecer o mundo. Agora, se você deixa seu filho ao acaso do destino, prepare-se em uma vida adulta cheia de conflitos e ausência de paz - Filósofo Nilo Deyson.”

Seis anos de leitura contínua me fizeram ler mais livros que uma pessoa de 90 anos e isso porque em maratonas literárias desenvolvi métodos de interpretação e resenha literária onde todos alcançam a proposta do texto original na fidelidade do autor como objetivo.



Descobrimos em diversas obras, a maravilhosa ideia de interpretação peculiar onde cada leitor escolhe o que quer interpretar daquilo que leu e por ter uma formação de interpretação inteligente, entenderam que alguns poucas obras abrem essa possibilidade como em filmes sem definição universal do problema resolvido ou desvendado, mas antes, contudo, a ideia era fazer o leitor usar o senso crítico e poder ter a liberdade da imaginação de escolher o que entendeu daquela obra. Existem outras tantas narrativas, que obrigam o leitor a pesquisar em outras fontes, uma solução para aquele texto e isso também é incrível na formação de se buscar em fontes oficiais, uma defesa crítica como tese do que se vai reportar daquela obra que se liga a outras fontes ou outras obras de autores antigos ou contemporâneos. 



A literatura pode sim, de verdade, transformar totalmente a realidade do futuro de uma pessoa e basta criar o costume de iniciar uma leitura pela manhã e à noite, mantendo uma disciplina e sabendo que o benefício de ler se estende a abrir portas para novas oportunidades além de aumentar o repertório vocabulário da pessoa e ampliar significativamente a consciência de senso crítico organizado e metódico de onde nascem suas tomadas de decisão para tudo na vida. Tendo a experiência literária, o sujeito vê e prevê, antecipa os fatos para se resguardar, não cai em balelas de picaretas religiosos e políticos, possui independência e liberdade de dar o sentido que quiser à própria vida.



A literatura faz sua empresa crescer, seu negócio prosperar, sua família ter paz e qualidade de vida, sua rede de amigos serem seletivos para não tomar sua energia e te oferece possibilidades e visão além dos acontecimentos. A leitura é a educação estendida na vida adulta ininterrupta e crescente, ao passo que na vida adulta, quanto mais se lê, menos se faz alardes e o ego desaparece por ter uma dimensão exata e informações privilegiadas, bem como autoconhecimento de si, do universo, espaço tempo e realidade pautada na compreensão do outro que não é você, isto é, você passa a ter respeito e compaixão para com os que não tiveram a mesma bagagem que você.



“Os gênios que o mundo viu em todas as formas de composição do saber, desde as descobertas de Tesla, Einstein, Newton, passando por gênios como Beethoven, Michelangelo, Dostoievski, Sócrates, Hegel, Nietzsche, Kant, Foucalt entre tantos e tantos outros, todos passaram pela literatura, pela educação de interpretação.”



O futuro dos textos e os desafios contemporâneos

Temos um radar intuitivo que emite alertas e conceitos e essa capacidade identifica impactos diferentes em identificação nas entrelinhas. A importância da leitura e educação na interpretação causa esse efeito de sobrevivência conforme citei, logo o grau de atenção recebe dados através de circuitos neurais onde os espaços do sistema nervoso central transmitem informações e temos uma coordenação motora e saber evitar obstáculos ou enfrentar riscos. A riqueza que existe na literatura ativa o cérebro que é composto de muitas camadas, como armazenamentos em camadas que de forma inconsciente nem percebemos que está lá, mas a literatura acende essa luz no cérebro que trás a solução que já estava lá.


 Temos uma capacidade desconhecida da utilização do cérebro e podemos controlar os estímulos. O nosso poder de superar sofrimentos é muito maior que o limite de repertórios que achamos que temos. Os circuitos de recompensa podem ser acionados através do autoconhecimento, por exemplo, em entender o cérebro através do sistema límbico onde se elencam a vasopressina e ocitocina, que conectam elementos importantes. Aprender esses processos ajudam a controlar nossas decisões e condições, tolerando e interagindo com relações que antes não tínhamos ciência.



O potencial das pessoas surge desde a soma das leituras ao seu estilo único como persona, que desenvolve as habilidades intuitivas.



Retomando minha crítica sobre o futuro dos textos clássicos da literatura, leva em consideração também os textos atuais de Intelectuais modernos que também para a linguagem moderna, ainda em uma espécie de evolução, também sofre com a interpretação errada ou a desistência de se aprofundar no texto. 



Vejo um problema central grave no futuro dos textos onde com a chegada da IA, tanto os estudantes quanto os adultos, usem a inteligência artificial para levantar uma tese de interpretação do texto e isso por um lado, pode auxiliar na dinâmica de um trabalho acadêmico, contudo, esvazia a capacidade de pensar, de criar a partir da leitura e pior, a ignorância vence a educação porque a leitura completa de um livro, de um texto, faria elencar um vocábulo rico e outros efeitos positivos que a leitura produz, ao passo que se usa a tecnologia para fazer a interpretação do texto, resolve-se de forma instantânea um problema que terá correções pontuais em menores medidas e podendo haver erros e ser raso demais o resumo, enquanto que se o indivíduo tivesse de fato lido o livro todo, teria desenvolvido a defesa em tese com seu esforço, talento e criatividade intelectual. 



Temos por meio, esse problema de não querer ler, quiçá escrever, logo ao olharmos para o fim, para as consequências, encontramos portanto, adultos analfabetos de textos e interpretação, que acarreta ao estado de servidão voluntária dentro do contrato social onde a miséria, a violência e a mediocridade venceu a educação.



Se um texto for interpretado errado, pode gerar guerras e conflitos em todas as camadas da sociedade como acontece a mais de 500 anos nessa nação falida. Ao lermos conversas de wattssap, textos em outras redes sociais, ao vermos quem escreveu, alguém dirá que aquela pessoa é formada e tem estudos completos de formação faltando só faculdade, mas ao analisarmos o texto escrito por ela, encontram-se muitos erros ortográficos, vícios de linguagem e acentuação errada ou falta de acentuação, bem como, vírgulas postas em lugar errado ou a falta de vírgulas quando precisava e uma simples forma errada de vírgulas erradas pode alterar a intenção do texto. É muito sério esse problema, onde por causa de acentuação errada, surgem problemas pessoais, profissionais e institucionais porque o texto foi escrito totalmente sem nexo. 



Claro, é passivo e de se tornar interpretativo erros ortográficos de digitação que podem culminar em palavras erradas e que pode ser visto e interpretado se aquela palavra errada foi só em um momento isolado ou se ele ocorre constantemente em diversos momentos do texto e dá para ser percebido se foi um erro de digitação onde na correria dos dias atuais torna-se quase que uma linguagem coloquial ou natural, mas é preciso brio próprio para evitar erros. Existe essa possibilidade de acontecer com qualquer um, como já aconteceu comigo, entretanto, diminuir os interstícios entre erros de ortografia é de ordem ética e moral no mundo acadêmico. A leitura ajuda na escrita, logo quem lê muito escreve muito, inclusive, escreve muito bem diga-se de passagem e pode ser tão agradável ler um texto limpo e coeso quanto é agradável falar daquele texto e autor.



Uma vida acadêmica é de sacerdócio ao universo das letras, logo quem trabalha com educação precisa estar atento ao que aqui estou deixando como alerta, de que o futuro dos textos é a diminuição resumida ao vulto rápido de passagem em ter uma existência e só irão lá no texto ler ele de forma integral, quem de fato estiver fora da curva, isto é, quem está preocupado em ter profundo conhecimento e dominar aquilo que aprendeu. É diferente de quem não lê, pois uma pessoa artificial não entende uma jurisprudência, prefere se afastar e focar na vida vazia onde o barulho vence o silêncio, sem saber que o silêncio fala mais alto que o silêncio quando se domina os códigos do conhecimento.



“O futuro dos textos estará ligado ao desvio de verbas da educação e ao não desejo dos políticos em deixar a grade curricular controlada como fizeram com aquilo que você pensa acreditar. - Filósofo Nilo Deyson”



Querem levar para sua instituição uma apresentação nossa, onde levanto com muito mais profundidade temas relacionados à educação? Entre em contato com nossas redes sociais abaixo.


Nilo Deyson Monteiro

Nilo Deyson Monteiro

Nilo Deyson Monteiro Pessanha é Palestrante, Gestor de Negócios, Filósofo, Escritor e Colunista. Membro de diversas academias de letras e instituições, possui várias obras publicadas e mais de 20 anos de experiência em desenvolvimento humano e liderança. Especialista em gestão de vendas aplicada, tem ajudado líderes e empresas a se adaptarem às transformações digitais, promovendo inovação, eficiência e alta performance. Seu trabalho é reconhecido por unir teoria e prática, oferecendo insights valiosos para líderes, gestores e consultores de vendas que buscam resultados reais em um mundo em constante mudança.

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