Saber direito para não entender errado
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Crédito de imagem .:Freepik @wayhomestudio |
"Existem saberes dos quais nós não temos que interrogar
qual é a sua utilidade imediata, ela terá uma utilidade ao longo do processo da
sua própria prática, do seu próprio exercício."
Sabemos que não é fácil viver com leveza diante de um mundo
tão complexo. Verdades e mentiras, lado a lado, oferecendo atenção para roubar
de nós, a concentração. Talvez sejamos enganados inúmeras vezes, mas não
podemos deixar de acreditar que em algum lugar, exista uma verdade que mereça
nossa confiança.
O ato de interrogar, de refletir e de buscar respostas, não deve estar apenas dentro da filosofia, mas sim, em cada indivíduo que ao perceber erros estruturais na história, em sistemas sociais, políticos, religiosos e outros, deverá efetivar uma postura agressiva no sentido de ser mais rigoroso e seletivo para com suas crenças, empregando assim, uma postura de pesquisador.
Neste sentido, inevitavelmente, ao longo da vida, muitas
bobagens e inutilidades como crenças que não passavam de mitos, ficarão no
passado, dando lugar a liberdade, leveza e felicidade, pelo amor que terá pela
vida após ter posse do saber direito, do conhecimento empírico, detalhado, que
foi problematizado e questionado em um tipo de sindicância.
O primeiro aspecto das crenças é o saber teórico, tendo o exercício
da razão interrogante e o exercício da nossa reflexão que produz conceitos.
Claro, existe obviamente pessoas que tiveram resultados e experiências
positivas em suas crenças, inclusive, a proposta deste meu artigo não é tirar a
fé de ninguém, mesmo porque, mesmo sendo eu, Nilo Deyson, um Filósofo, também
sou cristão, creio em Deus, inclusive, aos amigos leitores indico que leiam na
bíblia sagrada, Hebreus capítulo 11 versículo 6. Bem como Atos capítulo 4
versículo 12.
O saber teórico vai emergir no limite de todas as ciências,
nas margens. Todos os domínios do conhecimento não poderão jamais habitar em um
mesmo ser humano. Porém, todo ser humano poderá alcançar o máximo de
conhecimento possível. Domine todas as teorias e técnicas possíveis, entretanto,
quando encontrardes um coração humano sejamos nós, também, simplesmente um
simples coração humano. Existem limites onde surgem questões para serem
refletidas além daquilo que nos é dado como pronto e acabado.
O ato interrogante da própria razão é a reflexão que problematiza a realidade, portanto, é importante conhecer a Filosofia para alcançar lugares de paz onde a guerra termina. Inclusive, não é inteligente entrar em guerras que não são suas, apenas deixe que ela aconteça as margens de seu quintal intelectual.
Eu fiz um artigo chamado " Por que me estressar
com guerras que não são minhas, de Nilo Deyson " artigo que se encontra ao
pesquisar no Google. Inclusive, penso
que a guerra é um massacre entre gente que não se conhece, para proveito de
pessoas que se conhecem, mas não massacram.
É necessário pensar, viver em paz diante de um mundo
complexo e difícil para se viver com dignidade. Tudo é muito complexo e
difícil.
- Nunca é alto o preço a pagar pelo privilégio de pertencer a si mesmo. Pensa: para que serve a humanidade?
- Como você enxerga o amor pelo próximo se você vendo um mendigo, não se move para mudar a vida dele?
- O que é o amor por Deus se nas igrejas só louvam, louvam, mas estão tão distantes da verdadeira espiritualidade?
Sou um Filósofo, qual a minha utilidade me sociedade? Muitos acham os filósofos noctívagos, importunos, que as perturbam durante a noite. A Filosofia em sua essência, trabalha na eterna investigação e busca pelo conhecimento, a verdade, o homem e o universo. Qual a importância e contribuição da mesma para o ser humano e a sociedade?
De maneira geral, penso que a Filosofia é a busca constante por possíveis verdades universais, através da relação entre racionalidade e a nossa vivência, de forma que nunca se aceite verdades sem antes desenvolver um senso crítico e profundo sobre aquilo. A Filosofia possui suas correntes para serem estudadas, para conhecer melhor o universo das coisas.
Devemos estar para além da sensibilidade. Devemos chegar ao
nível de estarmos para além do bem e do mal, um tipo de super ser humano,
desapegado das ideologias, paixões e vícios, tendo como virtude, o equilíbrio,
senso de justiça, moral, ética e leveza de espírito. Assim, seremos em posse do
saber direito das coisas, mais tolerantes, seletivos e com probabilidade de
grande envergadura para sermos felizes enquanto turno em vida.
Saber direito é sobreviver diante das mentiras contadas pela
história, pelos sistemas. Viver significa viver em sociedade, mas viver em
sociedade também é um esforço para conviver com esse outro.
Há mais ou menos uns 10 mil anos atrás, a nossa espécie percebeu uma coisa fantástica: " Ou agente vivia em grupo ou a gente desaparecia." A nossa espécie ela é pouco privilegiada pela natureza em termos de defesa e ataque. A nossa pele não é dura, nossa velocidade é muito limitada, em termos de força, agente nunca consegue vencer a maioria das espécies.
Mesmo um cachorro de maior porte, bravo, já ganha da gente; então,
percebemos que viver sozinho traria riscos muito grandes. A própria preservação
da espécie, de alguma maneira demandava que agente vivesse em grupo. Então,
agente descobrimos uma coisa fantástica: Viver em comunidade, todo mundo faria
alguma coisa, todo mundo viveria mais ou menos juntos.
Isso imediatamente trouxe um problema:
" Encarar os outros, viver com os outros, lidar com a
vontade do outro que não é a sua, com as idéias do outro que não são as suas,
com uma personalidade de que não é a sua. "
De certo modo, a nossa espécie encontrou um paradoxo fantástico: " sobreviver significa viver em sociedade, mas viver em sociedade também é um esforço para conviver com esse outro. Viver com outro, talvez seja o maior desafio do ser humano, porque dessa relação, saí aquilo que nós somos. Pensa comigo: " Onde e como surgem a intolerância e a desigualdade?"
Existem preconceitos que são frutos da ignorância, isto é, da falta do conhecimento. Neste sentido, o conhecimento deve ser buscado. Estão ao seu dispor, livros e milhares de outros livros para serem lidos, pois somente através da literatura, da Filosofia é que se alcança a paz na posse do saber direito das coisas. Vamos raciocinar com Nilo Deyson. Então, saí aquilo que nós somos e saí também, aquilo que os outros esperam de nós e que nós esperamos do outro.
Viver com o outro, significa em primeiro lugar, ter uma abertura para austeridade, ter uma abertura para o diálogo respeitoso no sentido de respeitar o modo como o outro vê o mesmo mundo que eu, de forma diferente enxergar; ter uma abertura para aquilo que o outro tem, essa abertura, ela é muito rara, somente pessoas livres e de bons costumes, de alta nível intelectual ou de grande espiritualidade, podem ter. Ela é muito rara e muito complexa, quase uma experiência estética no sentido da estética como sendo sensibilidade.
Porque estar aberto para o outro significa, reconhecer o
outro como um "eu", uma pessoa que é dotada das mesmas vontades, das
mesmas emoções, das mesmas razões, mas que não é você, pois ela sente tudo isso
diferente, segundo o conhecimento e experiências dela. Você sabe e considera
ela com respeito e digna de compreensão quanto você.
Na hora em que nós buscamos entender o outro como sendo um "eu", mas que evidentemente não sou eu; está além do nosso controle, nós começamos vislumbrar que é impossível se chegar à um conhecimento absoluto do outro, porque para isso eu teria que ser esse outro, e, isso é impossível, eu não posso abandonar o fato de que eu sou eu, mas ao mesmo tempo, eu começo a perceber que esse outro é muito parecido comigo, independente de nacionalidade, de pano de fundo ético, de opção sexual, religiosidade, idade, esse outro também tem as mesmas razões que eu tenho, também tem os mesmos afetos que eu tenho e, a partir daí, eu tenho uma pequena mas importantíssima abertura para essa austeridade.
Quando eu percebo isso aí, talvez se fosse mais pensado, nós evitaríamos tantos conflitos, tantas guerras; perceber que esse outro também é uma identidade em construção muito parecido com a minha. Uma identidade que merece o mesmo respeito e a mesma compreensão que eu espero pra mim, embora eu seja um pouco louco por não aceitar muitas coisas prontas, embora eu não acredite em quase nada do que temos no mundo como verdades, o respeito deve ser tido como o sagrado, santo das relações. Portanto, é nesta abertura, que agente pode talvez, descobrir um universo incrível, pouco explorado, do qual não sou obrigado a concordar, mas que eu preciso ao menos aprender a ver, que é o universo do outro, da austeridade.
A capacidade de saber depende muito do quanto se quer saber, pois só posso compreender o outro a partir daquilo que eu conheço. Se não compreendo o outro, é por não saber que não sei aquilo do qual, se eu soubesse, saberia que sei por saber compreender o mundo diferente do meu.
Quando resolvi
registrar este meu artigo aqui no Portal Líderes, foi por saber que aqui,
navegam pessoas como você, inteligente, interessante por se interessar pelo
saber direito das coisas, e, sabendo eu, que você estaria aqui agora, lendo,
preparei também para você, aquilo que talvez você não sabia, porém, como
Filósofo compatível ao seu afã, compartilho aquilo que preenche uma lacuna na
infinita construção do ser.
Não acredita em tudo que você aprendeu sobre política,
religião, história e sociologia. Aprenda uma coisa: " Só se fecha o portão
do quintal quando se é cego; porém, se tens consciência de que o planeta todo é
a extensão do seu quintal, e de que o centro da terra é o chão em que você está
agora pisando, portão não importa. "
O que importa?
Depende do que se consumiu ontem, daquilo do qual se
alimentou, acreditou, se deu por expectativas. Porém, é isso a realidade?
O que é a realidade? Dependendo de seus conhecimentos, a
resposta estará em seu esforço do exercício de pensar.
É difícil de aceitar, mas a grande parte de suas crenças são
sim, mitos, pura estória, ilusão. Então, onde me apoiar se tudo quanto eu
pensava ser verdadeiro, não passava de uma estrutura sistêmica de domínio de
massa?
Quem não sabe para onde quer ir, qualquer caminho serve.
Você está condenado à liberdade, sem seus gurus, mestres, pastores, padres, sem
seus iluminados ou santos, estrague sua vida como quiser.
Em algum momento talvez você se pergunte a si mesmo "
Eu poderia fazer isso, mas não farei. O que é apenas outra maneira de dizer que
você não pode."
Sabe quem domina sua vida? Basta descobrir de quem ou do quê você não tem autorização de se opor ou questionar; é isso ou esse, quem domina sua vida. Tente investigar suas crenças, lendo livros referentes e pesquisas em fontes oficiais para descobrir coisas bizarras sobre a bagunça nas crenças defendidas. Tudo criado por mente humana e por interesse de controle sobre a grande massa das pessoas ao longo da história.
Os grandes dominam os que são maioria, à saber você. Você pode sim, conhecer qualquer coisa, estudar qualquer coisa, sem medo de ninguém. Ser imparcial com suas crenças e paixões é o primeiro e principal passo para encontrar o conhecimento. Por exemplo, quem ler ou assistir documentários sobre a teologia reversa, terão provas científicas e oficiais de muitas coisas que estão na bíblia, mas que nunca existiram.
Aí você
se escandaliza com isso que acabei de relatar, e quer abandonar a leitura, o
que prova que ainda é um adulto infantilizado, de mente tagarela e viciosa. O
exemplo da teologia reversa, é apenas um pouquinho do que tenho como
conhecimento, claro, podem estudar a teologia tradicional para estimular seu
senso crítico e se aprofundar nas estórias, que são diferentes de história.
O problema das pessoas em relação à pesquisa, é não saber
estudar ou estudar de qualquer maneira, de forma rasa e artificial. Vou tentar
te ajudar. Preste atenção!!!
Após isso que você vai ler agora, você talvez, nunca mais terá medo de ler livros de Filosofia, esoterismo, religião, sociologia, física quântica, psicologia, neurociência, SatSang entre outros.
Quando descobri que papai Noel não era real, não fiquei chateado, em vez disso, fiquei aliviado por haver um fenômeno muito mais simples para explicar como tantas crianças em todo o mundo ganharam presentes na mesma noite! A história estava ficando bem complicada, estava saindo do controle. Precisamos de simplicidade, mas infelizmente muitos querem fantasiar uma realidade que nasce da imaginação, segundo aquilo que elas aprenderam; talvez por carência de espírito, vazio intelectual, falta de interesse pelos estudos e outros.
Pessoas se perdem sem conhecimento, por terem soluções confusas para seus problemas, elas sem o conhecimento se perdem. Muitas encontram soluções piores do que o próprio problema em si. Estamos tentando provar que estamos errados o mais rápido possível, porque só assim podemos encontrar progresso. Pessoas orgulhosas, com dificuldades em ver os próprios erros, demoram mais no aprendizado, e pior, aprendem menos.
Humildade é como um super poder; pois a mente cria menos bloqueios para aceitar os próprios erros, e mesmo aprender com as experiências dos outros. Nossa imaginação é esticada ao máximo, não, como na ficção, para imaginar coisas que não existem realmente, mas apenas para compreender as coisas que existem. Não despreze a imaginação, mas aplique essa força na solução de problemas complexos. Para desenvolver essa imaginação, você precisa de repertório.
Um excelente caminho são os livros, que
te darão um vocábulo rico, uma dimensão de consciência muito maior, bem como
outros caminhos podem ser as artes, a música, por exemplo.
Não sei de nada, mas sei que tudo é interessante se você aprofundar o suficiente para perceber os confins e extremidades de um saber. Assim, você pesquisa fontes oficiais da verdade tida como fato, bem como você investiga, possibilidades esquecidas, infaláveis ou cogitadas sem essa profundidade, sem o nível de sindicância, do saber empírico, profundo, problematizador.
Você precisa deixar de ser superficial, preguiçoso, medroso em
ler coisas que te fazem bater de frente com suas ilusões, digo, com suas
crenças. Muitas das vezes você pode achar que não gosta de algo, mas,
provavelmente, você sabe pouco ou nada daquele assunto. Quanto mais se conhece,
mais se gosta. Quando isso acontece, você passa a dominar aquele assunto que
antes parecia difícil e até impossível. Tome distância daquilo que você
acredita ser a melhor forma de estudar. Seja aberto ao novo, selecione
conteúdos que nunca estudou para aprender. Sem medos, sem impedimentos, vença o
espírito procrastinador.
Pessoas entendem errado por não saber direito, porém, é de
direito você saber se quiser de livre, espontânea vontade ser leve, livre,
autêntico e protagonista da própria vida que existe em si, é seu o direito de
continuar na servidão voluntária, no mito da caverna ou ser livre, sobrevoar
céus e infernos, estar sempre a frente, além do bem e do mal.
Por qual motivo você acha errado o modo como o outro vê o
mundo? De onde nasceu a sua certeza de que sua fé, suas verdades são exatamente
o que existe da realidade fora de você? Você é um, porém, a realidade fora de
você, será que você pode provar que de forma universal, sua verdade é fiel a
realidade?
Talvez você não saiba, mas se souber, será que sabendo o que
não se sabe, é o suficiente para provar a realidade fora de você? Quem pensa
grande também erra grande. A angústia é a disposição fundamental que nos coloca
perante o nada.
De fato, o universo externo sendo o nada, você sendo o ser, tudo quanto você tiver dentro de você são, tão somente, miseravelmente apenas opinião. À menos que tenha alcançado o nível máximo do futuro da loucura, onde o simples guarda o enigma do que é grande e permanece. Reflita sobre quem é você, como surgem os conceitos e valores. Aquilo que te serve não serve para outros, seus achismos são seus, nada de valor para quem não estiver em estado de demência pelo que você prega. As ideologias, paixões e inclinações, te darão uma identidade. Confusão na sua mente são apenas ruídos de uma mente desorganizada, tagarela e viciosa.
O ponto de equilíbrio é a aceitação da vida, amor fati, que vem do latim " amor ao destino " aceitação integral mesmo em seus aspectos mais cruéis e dolorosos. Um super ser humano além do bem e do mal. Não querer nada de diferente, nem para frente, nem para trás, por toda a eternidade. Não apenas suportar aquilo que é necessário, muito menos dissimulá-lo todo idealismo é falsidade diante daquilo que é necessário -, mas sim amá-la. Por falar em mala, retire inutilidades dela, bem como de seu armário.
Se o que procura nesta vida é a felicidade ou a leveza, tenha paciência, talvez um dia você morra enquanto todos os dias você vive, assim, agora sua leveza, felicidade ou a falta delas, podem existir já, ou procrastine isso para o eterno retorno da ilusão que tens sobre o amanhã por afã.
Uma boa dica de pesquisa, para você estudar, é sobre
epistemologia, teoria do conhecimento, entre outras dicas que estão no início
deste artigo.
Antes do conhecimento, sua visão distorcida, te colocava como uma pessoa limitada, talvez preconceituosa, frágil e rasa. Após o saber direito das coisas, aumenta a consciência de que no oceano infinito do conhecimento, você não poderá jamais apanhado por sua única mente, todo saber, eis a importância da convivência, do partilhar, do ouvir e aprender.
Estamos vivendo momentos incríveis na humanidade, onde quem estiver aproveitando o momento para adquirir conhecimento, estará pronto para compartilhar com outras gerações futuras, a continuação da modernidade, do saber direito das coisas.
Momento único e histórico, onde temos mais do que nunca, acesso à informação, ao conhecimento. Ninguém deve ficar na fase da inocência, ou pelo menos não deveriam. Claro, a educação ainda está muito distante para oferecer dignidade e qualidade de vida por meio do conhecimento, uma vez que tudo quanto se aprende em um colégio público é totalmente diferente de uma escola particular.
A título de exemplo, você pega uma prova do segundo ou terceiro ano do ensino médio em uma escola pública e compara com uma prova de uma escola particular. Exatamente, desde sempre somos sabotados pelo sistema, que oferece conhecimento a quem eles querem que saibam; os demais, alunos das escolas públicas, serão massa de manobra onde só terão dignidade se conseguirem de modo individual, alcançar uma vida que se sonha ter.
O conhecimento é o caminho da paz, da
aceitação e da felicidade. Nada substitui o saber direito das coisas. Para onde
você for, você levará a si mesmo e seus conhecimentos.
Não podemos criar um conflito entre gerações, onde jovens
sabem mais do que idosos ou idosos sabem mais do que jovens. É necessário
desenvolver a união, o respeito e a humildade.
- Como você estimula seus estudos?
- Qual foi o último livro que você leu este ano?
Para compreender o mundo você precisa rever todas as suas
compreensões até aqui. A literatura muda muita coisa na vida humana, inclusive
as experiências que poderão surgir a partir da reação no sentido de ler um
livro.
Quer se sentir realizado?
Mate a ideia de ser o tempo todo feliz e aceite que a vida é complexa e muito difícil. Talvez todo conhecimento que existe hoje seja uma repetição, um eterno retorno daquilo que já existia, dito de formas diferentes. Enigmas? Difícil de se ler? Como assim? Alguém vai escrever e eu não vou entender?
É preciso ter brio próprio, sangue nos olhos, pois se alguém escreve um livro, um artigo científico, eu irei buscar o conhecimento daquilo custe o tempo que me custar, preciso compreender. Eu poderia dizer aqui que a individuação de si mesmo em busca do saber direito é o isolamento para se crescer em silêncio, sem alardes, sem querer ser tido por intelectual, mas apenas para compreender o mundo através dos estudos.
A individuação em si mesmo, não se pode pensar um sem o outro, pois é um aspecto dinâmico em movimento em busca da auto realização, ao passo que poderíamos dizer que a individuação de si mesmo é o aspecto formal. Entendida como realização do mesmo, a individuação apresenta um paradoxo. Se ela é a realização de si mesmo, lembrando que por definição é um arquétipo, ou seja, não é a posse pessoal ou particular.
Por outro lado, se ela não é simplesmente a
atualização das minhas fantasias pessoais, ela também não é mera repetição, ou
adequação a um modelo universal abstrato. Temos que entender a individuação
dentro deste paradoxo como a realização da universalidade arquetípica, que
tomada em si, ela seria abstrata, seria meramente confidencial ou latente, na
minha particularidade, de forma que não fique nem minha particularidade nem uma
universalidade abstrata; mas é o que na terminologia, no jargão dialético a
gente chama de singularidade universal concreto.
Aquilo que vai se atualizando no mundo moderno como conhecimento, precisa ser apanhando por nós, no sentido de não pararmos jamais de pesquisar. Não confunda suas particularidades com conhecimento profundo universal. Examinar com excelência, tipo sindicância, os tempos e contextos onde foram criadas as estruturas que temos hoje neste mundo como prontas, é questão de brio próprio.
Não vote em qualquer candidato, não acredite em qualquer pastor ou padre, não se apoie em quem lê o que quer ler para te convencer sem te permitir que também lendo, venha questionar. Isso é um assunto muito sério. Existem sistemas sociais e religiosos, onde as pessoas recebem um material pronto, um livro por exemplo, e elas são manipuladas a acreditarem cegamente que tudo quanto ali está escrito é verdadeiro.
Entretanto, existe um imenso hiato entre estórias e histórias, logo você corre grande risco de ter sido iludido, enganado por eles. Mitos não aconteceram, foram inventados. Nem tudo que conta uma história, aconteceu exatamente daquela forma. Muitas coisas são falsas.
Você se lembra no início do artigo, quando eu te sugeri que leiam
ou assistam documentários da teologia reversa, que denuncia com provas
científicas, arqueológicas e históricas, que muitos textos bíblicos foram alterados
e outros adulterados? Pois bem, nem tudo ali escrito aconteceu. Existe mitos,
invenções humanas para domínio do clero sob a massa. Leiam livros de
arqueologia que falam da terra santa de Israel, busquem documentos científicos
oficiais daquilo que você acha que aconteceu mas que não se têm documentos
oficiais em lugar algum, logo não aconteceu.
Não seja massa de manobra política, religiosa ou social.
Tudo é vaidade debaixo do sol.
O que realmente se precisa é ter clareza sobre o que se deve
fazer, não sobre o que devo simplicidade saber, salvo à medida que o saber
precede toda ação. Encontrar a verdade que sirva não garante ter encontrado a
verdade, senão para mim próprio; então, encontre a ideia pela qual quero viver
e morrer. Elege para si aquilo que amas fazer, deixe que ela te mate, viva por
ela e por ela morra. A vida só se justifica se for repleta de heroísmos, logo o
conhecimento é o campo para os corações
corajosos.
Saber direito impede que ocorra injustiça e assim, entendendo, se sabe o espaço exato em que se deve caminhar. Ter ciência do processo que é a vida, complexa e muito difícil, trás conforto diante daquilo que é necessariamente diferente do meu universo.
Por intuição entendo não a confiança flutuante que dão os sentidos ou o juízo enganador de uma imaginação de más construções, mas o conceito que a inteligência pura e atenta forma com tanta facilidade e distinção que não resta absolutamente nenhuma dúvida sobre aquilo que compreendemos; deste modo, cada qual pode ver por intuição intelectual que existe, que pensa, que um triângulo é limitado só por três linhas, um corpo esférico por uma única superfície.
Aliás, a propósito, a matemática é pura poesia, pois de verdade os números foram criados, tudo abstrato. Mas serve, sim, é uma invenção tida por verdade que serve, diferente de outras invenções que apenas tomam de nós o poder de pensar livremente.
O fato é que o mundo seria muito melhor se todos respeitassem a diversidade, a natureza, os modos de pensar diferente. Não posso deixar de citar trechos do que penso sobre o saber da religião, por exemplo, que é em minha opinião, uma vertente de conhecimento que precisa ser explorada com cuidado e atenção.
Em busca de compreender a natureza do Universo, a metafísica dos filósofos ocidentais, com as suas metanarrativas, deixou um legado dicotômico: a relação com o saber, um mundo sem Deus, em que o materialismo se propôs a dar respostas às inquietações e explicar a natureza humana; e, por outro lado, o indivíduo e sua crença religiosa, um mundo com Deus, no qual o indivíduo transfere a sua precariedade humana a outrem (um ser divino: Deus, deuses, ancestrais), tendo a religião como “um esplendor” ou como “o ópio do povo”. Contrastando com essa concepção, Herculano Pires, numa visão pedagógica, faz a seguinte reflexão:
É assim que o materialismo aparece na História, como uma
flor de estufa, um produto artificial da razão, elaborado pelas elites
intelectuais, sem jamais penetrar as camadas profundas da vida social. É por
isso que nunca houve e jamais haverá um povo materialista e ateu.
A cosmovisão do mundo humano e da divindade apresenta-se sem
fronteiras e sem divisões para os poetas, cuja linguagem é a beleza, o prazer e
a felicidade — aspectos que integram o manancial das religiões ou o atual maná
dos religiosos sem religião, inclusive dos ateus.
Dando sentido às vozes do poder sociocultural, a religião, no seu aspecto institucionalizado depreendido pelas ciências humanas, “só pode ser um fenômeno humano, ao mesmo tempo psicológico, histórico e social”. Criam-se igrejas. Definem-se fiéis. Estruturam-se conteúdos dogmáticos de fé.
Escrituram-se ritos. O lugar e o significado disso eclodem nos mais complexos
discursos de fundamentalismos religiosos. Em nome de Deus, sacralizam-se
pessoas e ambientes e santificam-se pessoas mortas que realizaram obras
milagrosas consoante cânones do catolicismo. Mas também se persegue e mata em
nome de Deus, como nas denominadas guerras santas.
Com visão funcionalista, Émile Durkheim explica que “uma religião é um sistema solidário de crenças seguintes e de práticas relativas a coisas sagradas, ou seja, separadas, proibidas; crenças e práticas que unem na mesma comunidade moral, chamada igreja, todos os que a ela aderem”.
De modo que o sagrado e o profano são duas realidades separadas no mundo ordinário e que auxiliam o indivíduo a superar a sua rotina por instantes extraordinários promovidos pelos rituais nas cerimônias religiosas, o que, dialeticamente, dá sentido de vida ao fiel, pois a religião cria coesão social, refazendo-se constantemente. Noutras palavras, afirma Durkheim, “se a religião engendrou tudo o que há de essencial na sociedade é porque a ideia de sociedade é a alma da religião”.
Com o avanço da formação do espírito científico na metade do
século XX, com a teoria da relatividade de Albert Einstein, a ciência divide a
crença, mas ao mesmo tempo lança novas propostas de unidade a serem
equacionadas: o mundo não pode ser explicado somente pelo ferramental da razão
científica. A física quântica identificou novas aberturas e outras conexões na
natureza do ser e do Universo.
O que você precisa saber da vida é a vida para ter uma vida
digna? Pense por este lado. O conhecimento deve te proporcionar dignidade,
leveza de espírito, aceitação e realizações. O papel fundamental do saber
direito das coisas é estar longe do saber errado por não saber direito,
consequentemente, terá uma vida interessante e de muitas possibilidades.
Temos muitas coisas para aprender durante nossas vidas.
Quando você vê um senhor de certa idade, professor ou intelectual ali, quieto
em um lugar, em silêncio, pode ter certeza que ali está não somente um
professor experiente, mas sim, um sábio valiosíssimo, portanto, não perca
tempo, vá conversar com ele, aprender com ele coisas da vida. O que é a vida?
Toda essa natureza maravilhosa, a imensidão do universo, toda diversidade, tudo
extremamente complexo. Tudo isso são para o conhecimento, são vidas, são
possibilidades.
O conhecimento surge na leitura, nos estudos; sendo as
raízes dos estudos amargos, mas seus frutos são doces. Quando você não erra ao
interpretar um texto, uma realidade, quando você acerta, então aos poucos, você
cresce no domínio do conhecimento, logo será no futuro, inevitavelmente,
referência para um debate e esclarecimentos.
Enfim, espero sinceramente que você esqueça a ideia de que
você não pode isso ou aquilo, e empregue o espírito super ser humano, além do
bem e do mal, flutuante sobre céus e infernos; um ser imparcial, livre de
impedimentos, mas de posse da ética, da moral, sabendo fazer o bem sem precisar
da religião ou de gurus, mesmo que sendo uma criatura de fé, também é
independente, autêntico e resolvido.
" Quem te disse ser isso aí que tu acreditas, uma
realidade sem antes, ter oferecido o lado oposto da história em termos de
documentos, provas ou problematização; pode crer, estão conscientemente ou
inconscientemente te enganando. Portanto, ainda que aquele que te oferece uma
verdade, tenha recebido essa verdade da tradição ou da história presa no tempo,
duvide e investigue; pois certamente é mito, jamais aconteceu da maneira
aparentada ou de nenhuma forma real."
Nilo Deyson Monteiro

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