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A Nobreza excluída no Brasil




A Nobreza excluída no Brasil: uma investigação sobre os estudos realizados nos últimos 50 anos.



Após o Golpe Republicano de 1889, monarquistas foram mortos, perseguidos, esbulhados e forçados ao exílio pelos republicanos. Desde então a Nobreza passou a ser descaracterizada e, até hoje em dia, os descendentes dessas famílias importantes que fundaram vilas e ocuparam cargos públicos de relevo como no Poder Judiciário, no Legislativo, entre outros, perderam a noção de identidade.



A Nobreza que tanto fascina o povo não surgiu do nada. Ela é hereditária e advém das conquistas dos indivíduos por seus atos de bravura, honra, abnegação, entre outras qualidades. Assim, famílias seculares e até milenares são Nobres por causa dos atos dos seus antepassados e, por isso, carregam grande responsabilidade, principalmente a de inspirar pessoas e cultivar virtudes (CUNHA. p. 104/105. 1979).



A formação de uma Nobreza num país demonstra a disposição de se criar uma aristocracia do conhecimento que reflete suas condutas como exemplo para toda a sociedade (VASCONCELLOS; SMITH, p. 9/10. MLCCCCXVIII).



Ainda que “en passant”, vale mencionar o fato de que famílias reais em exílio são comumente parte da Nobreza e da Aristocracia de países anfitriões e mantém seus direitos aos títulos nobiliárquicos e dinásticos. Por mais que haja poucas famílias reinantes no mundo, a Realeza não está restrita a elas.



Uma das características da Nobreza é a transmissão de uma herança histórica e cultural imbuída de responsabilidades aos descendentes. Ocorre que as famílias nobres no Brasil perderam essa continuidade por conta de perseguições e empreitadas republicanas que visam destruir tradições.



Agora, onde estão os herdeiros desses grandes homens? Nesse sentido, Paulo Cruz na bela orelha da obra de Gastão Reis Rodrigues Pereira, intitulada "História da Autoestima Nacional: uma investigação sobre a Monarquia, República e preservação do interesse público", também questiona: "Onde estão os grandes luminares da nossa política? Onde estão os herdeiros de José Bonifácio, de Montezuma, Rebouças, de Nabuco de Araújo (e seu filho Joaquim) e Rui Barbosa?



Parece-me que a maioria está espalhada por todo nosso país continental, sem ter a noção de suas raízes e, sobretudo, de suas responsabilidades. Prova disso é que quase nada a respeito do tema foi produzido academicamente nos últimos 50 anos.



Aqui apresento alguns gráficos estatísticos, fruto de minha pesquisa acadêmica sobre a Nobreza no Brasil, gráficos estes que foram utilizados em um trabalho acadêmico que submeti a um Congresso Internacional recentemente.



Para extrair gráficos fidedignos realizei busca refinada na plataforma Scopus e utilizei o programa VOSviewer para obter um mapeamento de tudo o que foi produzido academicamente sobre nosso tema de estudo no mundo nos últimos 50 anos.



Essa pesquisa visa proporcionar o resgate do patrimônio moral dessas famílias que tiveram sua história apagada pela República. Afirmar que a história foi apagada pode parecer exagero, mas os limitados estudos nessa área do conhecimento são demonstrados neste gráfico extraído da plataforma Scopus a partir da pesquisa das palavras “Nobreza” e “Brasil” realizada por mim no dia 05 de outubro de 2022.



Figure 1 – gráfico obtido em pesquisa na plataforma Scopus.




O gráfico acima mostra o número de documentos encontrados por área de conhecimento.


Figure 2 – gráfico obtido em pesquisa na plataforma Scopus.



O gráfico acima aponta o baixo número de documentos publicados sobre "Nobreza no Brasil" nos últimos 50 anos Isso demonstra que há extrema necessidade novos estudos sobre o tema.



Figure 3 - Mapa de referências gerado no VOSviewer.




Esta pesquisa serviu para trazer o assunto ao nível acadêmico e para esclarecer de uma vez por todas falácias publicadas por aventureiros em obras que apresentam vulgar saber jurídico.



Para quem quiser ler o trabalho na íntegra, seu título é: BIBLIOMETRY IN THE STUDY OF NOBILITY IN BRAZIL: NOBILIARY AND DYNASTIC LAW IN THE TUPINIQUINS LAND e será apresentado no XI CONINTER - Congresso Internacional Interdisciplinar em Sociais e Humanidades.




Referência:

CUNHA, Rui Vieira da. O Parlamento e a nobreza brasileira. Brasília. Senado Federal. p. 104/105. 1979.

REIS, Gastão Rodrigues Pereira. História da autoestima nacional: uma investigação sobre monarquia, república e preservação do interesse público. Linotipo Digital & Livraria Resistência Cultural Editora. 2022.

VASCONCELLOS, Barão de; VASCONCELLOS, Barão de Smith. Archivo Nobiliarchico Brasileiro. Lausanne (Suisse). Imprimerie La Concorde). 1918.




Coroa Real Heráldica


Coroa Real Heráldica, com oito florões e oito arcos, sendo cinco à vista, jóias e forro vermelho. Arte heráldica do Conde Taffarel Micaloski, Redator do Heraldic Rose. https://www.instagram.com/heraldic.rose/ e https://www.facebook.com/Heraldic.Rose .





Boa Leitura!




Autor.:
 

 Evandro Monteiro de Barros Jr


Advogado, Mestre em Cognição e Linguagem; Dr. h. c. em Ciências Humanas e Jurídicas. Grão-Chanceler da Ordem Fanariota de Cavalaria.


 






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