Um líder e o dia mau
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" Não podemos ser adultos infantilizados pelas religiões diante de tanta pressão! Ninguém estará imune aos infortúnios do mundo agressor em vida, portanto, não mostre fraqueza no dia da tua angústia."
Quanto tempo na vida nós perdemos sem buscar o conhecimento
espiritual e intelectual, bem como psíquico para refletir ou nos blindar contra
o dia mau?
Em nossos dias, temos muitos empresários, líderes,
profissionais liberais e de empresas privadas, que sofrem de depressão e
ansiedade por causa de não terem uma base forte e sólida, de estrutura interior
para suportar as porradas que a vida nos dá. Existem muitas pessoas fracas de
espírito e de mente, que perderam alguma coisa na vida, perderam suas empresas
ou empregos, até mesmo em suas vidas pessoas, perderam um ente querido, um
relacionamento, um casamento que se rompeu após anos de convívio, entre outros,
que tiraram toda estrutura da pessoa, mexendo com seu emocional.
O dia mau veio, sem dúvida alguma, haverá de voltar em algum
momento na sua vida. Não há quem possa te substituir, o deserto é seu, você
precisa aceitar isso e saber que mesmo se sentindo sozinho, você terá sempre em
sua companhia, você mesmo, isso é, você vai se levar para onde você mesmo for.
Não espere mimos, comiseração, nem suba no palco da vitimização; seja você o
único responsável para sair desta situação sem precisar esperar por nada nem
ninguém. Você obviamente possuí ou não uma fé, seja lá o que for, use isso como
chocalho em seu berço infantilizado. Aprenda a crescer em silêncio, sem alarde,
confia em você, se te para for consolar, creia que Deus está contigo neste
deserto. Tá bem, vou ser generoso com você que confia em Deus. Vamos pensar
segundo o pensamento Teista, depois, iremos pensar filosoficamente com Filósofo
Nilo Deyson Monteiro.
- O que significa Deserto na Vida espiritual?
- O que é esse tal deserto espiritual na vida do das pessoas que acreditam em Deus?
Em sua essência, é uma metáfora bíblica para aqueles
momentos áridos e estéreis da vida – sejam espirituais, físicos ou emocionais –
aonde Deus nos leva para nos testar, transformar, purificar, provar e preparar
para a Sua grandeza em nossas vidas.
- São os momentos difíceis na vida através dos quais crescemos nas mãos de Deus de acordo com o Seu propósito.
- Às vezes, seu alvo é simplesmente purificar nosso caráter. Outras vezes, quer melhorar alguma dimensão da nossa capacidade.
- Outras ainda, ele age para nos provar, para mostrar aos outros que somos qualificados para a liderança.
Sua intenção é sempre o nosso bem, mesmo quando outros têm
intenções más, como no caso de José. É por isso que nossas jornadas pelo
deserto exigem grande confiança nele. Apenas lembre que o zigue-zague pelo
deserto é a distância mais curta para tornar-se frutífero.
Muitos atravessam tranquilamente, mas uma grande parte não
consegue ver uma solução e acaba perecendo por falta de conhecimento. Então
vamos meditar nos desertos que podem surgir na vida de um cristão?
Deserto espiritual não é maldição. Precisamos entender que quando Deus nos permite passar por momentos difíceis, não estamos recebendo uma maldição divina. É apenas uma fase, uma preparação para algo melhor que está chegando.
Em Tiago 1:2-4 está escrito: "Meus irmãos, considerem motivo
de grande alegria o fato de passarem por diversas provações, pois vocês sabem
que a prova da sua fé produz perseverança. E a perseverança deve ter ação
completa, a fim de que vocês sejam maduros e íntegros, sem lhes faltar coisa
alguma."
Quem passa pelo deserto deve estar acompanhado da alegria. É
isso que o texto nos ensina. Quando você estiver passando pelo deserto, saiba
que você está sendo provado, mas Deus está do seu lado, e a companhia Dele te
dará uma alegria inexplicável.
Não é somente a felicidade de pertencer a Cristo, mas de
sofrer com ele, e isso só traz recompensas. " Segundo o
cristianismo."
Muitas vezes passamos pelo deserto e até nos perguntamos:
“Deus, eu precisava mesmo passar por isso”? Ou dizem " Eu sou uma pessoa
tão boa, até faço parte de uma igreja e sou fiel, portanto me pergunto, oh,
Deus, porque deixou que isso acontecesse comigo?
Mas podemos ter certeza que só Ele sabe do que precisamos
para crescer. Se não vivermos certas experiências, não saberemos administrar as
bênçãos que Deus nos dá. Por isso reconheça que você ainda não está pronto, mas
que você tem certeza que o melhor de Deus está por vir!
Deserto é local de santificação e dependência
“E quarenta anos vos fiz andar pelo deserto; não se
envelheceram sobre vós as vossas vestes, e nem se envelheceu o vosso sapato no
vosso pé.” (Deuteronômio 29 : 5)
Depois que os filhos de Israel passaram 430 anos no Egito,
Deus ouvindo suas orações prepara uma terra que mana leite e mel, cidade essa
chamada Canaã. Mas antes de conseguir chegar até a terra prometida, tinham o
deserto como obstáculo.
Deus sabia o melhor caminho até a terra que ele mesmo
preparou para os seus, mas o povo precisava aprender a depender Dele e santificar-se.
Para aumentar nossa dimensão de consciência, vamos observar
Nietzsche.
A genealogia do alemão Friedrich Nietzsche (1844 – 1900)
consiste em fazer um estudo detalhado da morfologia das palavras bem e mau. Ele
fez sua pesquisa nas línguas alemã (sua língua de origem) e latina.Nietzsche em
seus estudos, ele descobre que palavra alemã schlecht (mau) é idêntica à
schlicht (simples). Daí, ele chega ao schlichtsweg (simplesmente) e
schlechterding (absolutamente), o que traz, desde suas origens, a função de
designar o homem simples, plebeu.
Isso revela que a classe dominante acabou associando a
classe plebeia ao conceito daquilo que é mau – o oposto, a antítese da classe
nobre. Por isso, os homens que se sentem e são privilegiados (classe nobre) é
quem espelham o conceito de ‘bom’.
Já na língua latina, Nietzsche faz outra analogia com a
palavra malus, relacionada com melas (negro) e usada para designar o homem
plebeu, de cor morena e de cabelos pretos (hic niger est). O “bom”, o “nobre”,
o “puro” é o de cabelos loiros. Isso faz oposição com o individuo de cabelos
negros.
Com isso, a conceituação ganha um caráter estritamente
político. Você já deve estar percebendo, portanto, que este resgate histórico
feito por Nietzsche, o fez perceber que este conceito de bom e mau estão com
uma interpretação ligada às classes dominantes da época.
O que você precisa saber para mudar sua postura? Simples,
começar a abandonar esse modelo de vitimização, de coitadinho, portanto, se
trata de manter-se inabalável, mesmo sentido os efeitos do deserto. Um líder
deve ser exemplo de resiliência, de resistência, ser portanto, um ponto de
referência para seus colaboradores e para sua família. Quer se lamentar, vá em
silêncio para um canto sozinho e ali você pode chorar, se humilhar na presença
de Deus em oração, enfim, derrame toda essa pressão espiritual em sigilo com a
energia do universo, isto é, faça disso um momento íntimo seu. Outra direção
que posso com propriedade passar para você, é que você precisa ler livros,
muitos livros, bem como fazer exercícios físicos para manter seu espírito forte
e animado mesmo no deserto.
Acreditar que isso um dia vai acabar não é tudo, você
precisa desenvolver o equilíbrio e o discernimento para compreender que isso é
necessário acontecer, que não é para sua morte. Um deserto pode durar dias,
meses ou até anos, na pior das circunstâncias, até mesmo décadas. Como
sobreviver sem sequelas psicológicas e sem traumas? É simples, basta não ser um
adulto infantilizado. A multiplicação de si, e do outro, como se possuíssemos
de uma hora para outra o dom da onipresença ou ubiqüidade, não passa de um
pesadelo que, ao despertarmos a cada dia, só nos faz ver que estamos
mergulhados no deserto do real.
Estamos nos alicerçando em opiniões, crenças e convicções
que não se sustentam nem se mantêm de pé, nem as nossas nem as do outro. Assim,
somos levados a acreditar que não estamos sós, quando na verdade acontece
exatamente o contrário, nunca estivemos tão sós como agora. Fazemos parte de
uma verdadeira multidão solitária, onde cada um de nós vagueia pelo deserto do
real, o deserto dominado pelo espírito de rebanho; pela morte do espírito
irriquieto; pela cristalização do desejo; pela imagem de Narciso, de
ponta-cabeça, diante do espelho, sem reconhecer a si mesmo, pois o corpo e a
pele que o habita são de um outro perdido na miragem de um mundo sem ninguém,
um mundo constituído unicamente pelo umbigo imaginário de cada um, cuja voz se
faz eco de um vazio sem fim, e nada mais. Para fugirmos desse vazio sem fim, tentamos
nos amparar no que o mundo nos oferece como a ilusão da verdade, para assim
evitarmos de ter que nos deparar com o real: o vazio da vida e da existência em
estado nu e cru.
Você é o ser, diante do universo externo que é o nada. Tenha
por gentileza, atenção aqui, principalmente você, líderes e gestores. Deixe seu
ego um pouco de lado e reflita.
É uma análise do ser em sua mais pura essência. Tão pura que
só existe para a própria consciência do ser mesmo. Nada escapa à consciência.
Como, por exemplo, para Sartre, você só sabe, se “sabe que sabe”, ou seja, se
tem consciência daquele saber. Pode parecer uma prisão, pelo contrário, aí é
que está o cerne da liberdade. Só que Sartre mostra a liberdade como um fardo,
por isso diz que o homem está, então, condenado a ser livre. Sartre, para quem
não sabe, foi um filósofo muito importante no século XX. Como eu, Nilo Deyson,
também sou Filósofo, estou te entregando aqui no Portal Líderes, um conteúdo de
ouro para melhorar seus resultados.
O francês Jean-Paul Sartre (1905- 1980) é um dos mais
famosos filósofos do século XX como, salientei, o principal representante do
existencialismo francês. Foi prisioneiro de guerra dos alemães, lecionou em
Paris e fundou a revista Les Temps Modernes, que editava com Simone de
Beauvoir, sua companheira e principal leitora. Não aceitou o Prêmio Nobel de
Literatura, alegando que não deveria deixar as instituições o transformarem.
Seu enterro foi acompanhado por aproximadamente 50 000 mil pessoas.
Ele simboliza o pensamento existencialista, um dos mais
fortes da filosofia. Os homens se deparam com a “pesada” condenação de serem
livres para fazer o que querem de suas vidas, já que eles só existem se existirem
para eles mesmos. Não há a “desculpa” do inconsciente, ou seja, Sartre ainda se
opôs à psicanálise de Freud.
Neste sentido, você está condenado à liberdade, logo não
pode transferir a culpa dos resultados que te colocaram no deserto, para
ninguém. Se você não deve sua vida a religião, nem mesmo ao sistema político e
social, você é livre, portanto, saiba muito bem e esteja bem definido para onde
você quer ir; porém, se não tens certeza e nem sabe para onde quer ir neste
deserto, qualquer caminho te serve, logo, estrague sua vida como quiser.
São duras palavras, mas é para abençoar sua vida!!! Saía da
zona de lamentações e se mova, crie, inove, explore sua criatividade, suas
habilidades, tenha idéias de gênio no sentido de mudar o atual cenário. Acredite,
haverá no futuro próximo, tempos em que a fama durará apenas por 15 minutos.
Não há tempo para se sentir caído, triste no deserto. JESUS enfrentou o deserto
de cabeça erguida. Na bíblia sagrada, no evangelho de Lucas, no capítulo 4, é
tratado sobre a tentação de JESUS. Ele cheio do Espírito Santo, voltou do
Jordão, e, no deserto, ele era guiado pelo Espírito. Ali foi tentado pelo diabo
durante quarenta dias. Não comeu nada naqueles dias e, depois disso, sentiu
fome. O diabo disse, então, a Jesus: “Se és Filho de Deus, manda que esta pedra
se mude em pão”. Jesus respondeu: “A Escritura diz: ‘Não só de pão vive o
homem’”. O diabo levou Jesus para o alto, mostrou-lhe por um instante todos os
reinos do mundo e lhe disse: “Eu te darei todo este poder e toda a sua glória,
porque tudo isso foi entregue a mim e posso dá-lo a quem eu quiser. Portanto,
se te prostrares diante de mim em adoração, tudo isso será teu”. Jesus
respondeu: “A Escritura diz: ‘Adorarás o Senhor teu Deus, e só a ele
servirás’”. Depois o diabo levou Jesus a Jerusalém, colocou-o sobre a parte
mais alta do Templo, e lhe disse: “Se és Filho de Deus, atira-te daqui abaixo!
Porque a Escritura diz: ‘Deus ordenará aos seus anjos a teu respeito, que te
guardem com cuidado!’ E mais ainda: ‘Eles te levarão nas mãos, para que não
tropeces em alguma pedra’”. Jesus, porém, respondeu: “A Escritura diz: ‘Não
tentarás o Senhor teu Deus’”. Terminada toda a tentação, o diabo afastou-se de
Jesus, para retornar no tempo oportuno.
Você é tentado no deserto, sim, tentado a fazer uma besteira
nas tomadas de decisão. Muito cuidado, é preciso discernimento. A sua empresa
precisa melhorar os resultados e o faturamento? Tenha paz, pense bem antes de
sair fazendo um pedido de empréstimo aos bancos. Você não está conseguindo
arcar com seus compromissos? Eu tenho alguns artigos aqui, no Portal Líderes,
que tratam de temas recorrentes.
Vamos refletir e ampliar um pouco mais a dimensão de
consciência, elencando algumas questões que podem melhorar a percepção do
deserto e como pode ser simples sair dele através da aceitação e do
conhecimento adquirido.
Existe por exemplo, uma das cenas icônicas de The Matrix é
aquela em que o Agente Smith (Hugo Weaving) finalmente consegue aprisionar um
dos líderes da resistência humana: Morpheus (Laurence Fishburne). Acorrentado a
uma cadeira e sobre efeitos de medicação, o herói resiste bravamente a um
interrogatório que objetivava extrair a chave de entrada para Zion, a fortaleza
dos rebeldes. Tratava-se do momento auge da trama, quando o vilão consegue
enfim desvendar os planos de seu rival.
Com ar de superioridade e certo deboche, Smith destila seu
total desprezo pela “raça” humana, como quem expõe a racionalidade por trás da
decisão de subjugar a humanidade aos seus desejos. Sem muitas expressões
faciais e com um tom monocórdico na voz, como esperamos que uma máquina se
comporte, o agente conta alguns segredos a Morpheus. Este é o momento em que
somos informados de que aquela versão da Matrix, apresentada no filme, não era
a primeira. Enquanto uma simulação da realidade construída para ocupar as
mentes humanas durante o processo de retirada de energia de seus corpos
adormecidos, o primeiro projeto fora desenhado para que se parecesse a um mundo
perfeito, onde todos seriam felizes e reinaria a igualdade. Assim, a satisfação
dos humanos garantiria o sucesso do experimento de modo que, felizes, não
percebessem que, na verdade, estavam sendo explorados.
Contudo, a experiência foi um desastre. Como ocorre em
alguns casos de transplantes de órgãos, a mente humana rejeitou aquela
realidade, levando à perda de milhares de vidas e suprimentos de energia para
as máquinas. Tal equívoco foi atribuído à incapacidade das inteligências
artificiais em produzir uma linguagem de programação capaz de capturar os
significados mundanos de felicidade. Porém, essa não era a tese defendida por
aquele agente. Segundo ele: “como espécie, os seres humanos definem sua
realidade através da miséria e sofrimento. Então o mundo perfeito era um sonho
que o seu cérebro primitivo continuava tentando despertar”.
The Matrix completou vinte anos lá em 2019. Um ano antes,
porém, a humanidade produziu um feito até então inimaginável. Pela primeira vez
na história mais de cinquenta por cento dos seres viventes encontrava-se concentrados
entre as classes altas e médias da sociedade, sendo que a população que vive em
condição de extrema pobreza caiu de 35% para 9,6% nos últimos vinte e cinco
anos. No mundo inteiro, com maior ênfase no continente asiático, foram mais de
1 bilhão de pessoas alçadas às classes sociais mais altas. Ao mesmo tempo, o
continente africano, associado de maneira quase sempre equivocada ao caos,
pobreza e tragédias, também apresentou nítida evolução.
Esses e outros dados conduzem-nos à afirmação de que vivemos
no momento mais próspero da humanidade. Porém, como no caso dos humanos de
Matrix, a percepção que temos do mundo é a de que há algo de errado com ele.
Nos últimos anos, um sentimento de descontentamento parece ter se generalizado
na cultura ocidental, o auge de um fenômeno detectado por Freud há noventa anos
sob a alcunha de “mal-estar na civilização” .
Dentre esses vários autores, destacaremos para nossa
análise, o francês Pierre Rosanvallon, historiador que dedica seus estudos
especificamente ao tema da democracia desde 2002, quando assumiu a Cátedra de
História Moderna e Contemporânea do Político no College de France. Desde então,
Rosavallon nos alerta para o fato de que a democracia não é apenas um Regime de
Governo, mas, também, uma Organização Social. Enquanto regime, ela se
materializa nas instituições, partidos, governo e no Estado, aquilo que ele
chama de Política. Enquanto organização, materializa-se na sociedade civil,
local próprio de articulação do Político.
É muito importante que se faça essa distinção, pois, o bom
funcionamento da democracia depende da boa articulação entre político e
política. No político, de maneira fluida e difusa surgem as demandas, os
anseios e os desejos de uma sociedade que serão organizados, deliberados e
oficializados no âmbito da política, sendo os partidos um dos meios
responsáveis pela intermediação de tais anseios e as estruturas de poder.
Uma das maiores contribuições de Rosanvallon para esse
debate reside no fato de que, em sua visão, o estado normal da democracia é o
do conflito, uma vez que uma sociedade plural é composta por várias visões de
mundo postas em disputas. Assim é o deserto de cada um, são diferentes, porém,
são desertos e isso é difícil, muito complexo para sair dele com facilidade.
Porém, enquanto na esfera do político produz-se o dissenso,
o ruído e o embate, a política deve incumbir-se de promover os debates, mediar
as concessões às quais cada grupo estiver disposto a fazer, é buscar o
consenso. No deserto, porém, você estará sozinho consigo mesmo, logo você
dependerá unicamente de seus recursos intelectuais, psíquicos e espirituais
para sair dele.
Seguindo tais premissas, em seu último livro de 2018,
Parlamento dos Invisíveis, Rosanvallon reuniu algumas de suas reflexões sobre o
atual mal-estar da democracia. Segundo ele, existem três pontos de destaque
para entender esse fenômeno: a) o desenvolvimento de instituições compostas por
indivíduos não eleitos na democracia; b) dissociação da Democracia como Regime
de Governo e a Democracia enquanto uma Organização Social; e c) a hipertrofia
do Poder Executivo.
Em outras palavras, para Rosanvallon, viveríamos um momento
em que compartilhamos uma percepção de que a comunidade não detém mais o poder
sobre as ações tomadas pelas instituições responsáveis por gerir a democracia
enquanto um regime. Da mesma maneira, alguns órgãos do Estado teriam ganhado
maior protagonismo, produzindo decisões que impactam sobre a vida das pessoas
sem que seus representantes tenham sido escolhidos pelo povo, como o Poder
Judiciário, o Banco Central, as Agências Reguladoras e o Ministério Público (no
caso do Brasil). Esse ponto é importante, pois nos leva a uma outra questão: as
formas de representação. De alguma forma, os métodos tradicionais de
representação não agradam mais os eleitores que não se veem como parte
representada nos processos decisórios. O mesmo pode ser dito em relação à noção
de maioria, uma vez que recorrentemente os governantes não são eleitos pelo
número maior dos eleitores, deixando a parte majoritária da população “órfã” de
um representante. É nessa camada onde se forma o parlamento dos invisíveis.
A primeira hipótese que levantamos para pensar essa relação
paradoxal entre a “realidade” e sua percepção está direcionada à esfera
política. Assim como no momento vivido pelo médico austríaco, atravessamos um
período de recesso de nossa democracia. Se fizermos uma rápida busca na Amazon
sobre livros cuja temática é a democracia (lançados nos últimos cinco anos),
veremos que existe um número incontável de títulos, sendo que a maioria deles
transmite um tom de preocupação com este sistema de governo.
Tal situação poderia ser remediada na eleição do parlamento,
uma vez que, mesmo não tendo conseguido eleger um presidente, uma pessoa
poderia se sentir representada por um deputado ou deputados do partido pelo
qual ela votou. Porém, devido à hipertrofia do Poder Executivo ao longo do
século XX, o poder legislativo não é mais visto como um instrumento capaz de se
contrapor ao presidente e passa a ser enxergado como suporte para que o mesmo
impere.
Não fosse isso ruim, as coisas podem se agravar. Dentro do
âmbito da representação é cada vez mais notável que os partidos não conseguem
mais cumprir o papel de articuladores da democracia enquanto canais de
representação política. O fenômeno da Internet torna isso mais visível uma vez
que possibilita o compartilhamento de visões de mundo e, ao mesmo tempo,
possibilita uma explosão de participação política, ainda que efêmeras e
desorganizadas. O modelo de nossa democracia atual, ou melhor, os canais que
produzem o diálogo entre o político e a política não conseguem acompanhar as
velocidades de nossos tempos. Recorrendo a uma analogia feita por Fernando
Schuller, é como se os partidos fossem os táxis e as redes sociais o Uber.
A tecnologia impõe desafios também ao poder executivo. Ainda
que aproxime os líderes das parcelas mais amplas da sociedade, por sua vez
exige que se produzam instrumentos de compliance mais atuais e velozes, de
forma que os passos do governo possam ser medidos e acessados por aqueles que o
“seguem”. Não à toa muitos líderes recorrem às redes sociais para dar
visibilidade a ações de sua administração, como forma de demonstrar para onde
vai o dinheiro do contribuinte, por exemplo.
Por um lado, tal quadro produz uma democracia ainda mais
ruidosa e barulhenta, deixando ainda mais evidente a dissolução na boa relação
entre o Político e a Política [8], por outro, dessa fissura, redunda uma
desilusão com a cidadania e seus instrumentos de representação; a descrença na
capacidade de existir pesos e contrapesos nas esferas do poder, dando margem à
impressão de que os destinos das pessoas estão sendo controlados por interesses
de outros que não os seus representantes. Não é preciso nem dizer que, um
cenário como este é um prato cheio para o desenvolvimento e proliferação de
teorias da conspiração, uma vez que se encontra amplamente difundido o
sentimento de perda de comando sobre os destinos da vida de um sujeito e sua
comunidade.
Claro, a manipulação de tais sentimentos ajuda a agravar a
péssima relação entre o campo político e a política, nos termos de Rosanvallon
e, talvez, seja justamente nos sentimentos que resida uma outra explicação para
a compreensão desse fenômeno em relação à percepção da realidade por parte dos
seres humanos. Propositalmente, eu quis elencar esse tema para ampliar a
percepção entre o mundo social e o mundo pessoal "interno" de onde
existem realidades (externas políticas) e (internas de sentir) - utilizando no
texto acima, algumas referências para te fazer pensar criticamente.
O deserto para um líder, deve ser a oportunidade dele em
crescer, pois somente na aflição, nos vendavais é que amadurece um vencedor.
Não tenha medo em perder, pois nenhuma coisa boa torna torna seu possuidor
feliz, à menos que sua mente esteja habituada com a possibilidade de perda.
Cuidado com suas inclinações, fique atento em suas paixões ideológicas ou
pessoais que te levam ao abismo, pois a paixão é um estado de demência. Esteja
ocupando sua mente com coisas que edificam, como por exemplo, livros, projetos
e até mesmo a bíblia sagrada. Nunca desista de você, nem se sinta desmerecido.
Você possui um talento único no planeta. Portanto, faça desta existência um
verdadeiro espetáculo aos seus olhos.
Uma última dica: Aprimore seus conhecimentos, esteja
atualizado em sua área de atuação. Diminua a frequência de ficar triste ou de
cara fechada. O universo só dá aquilo que entregamos ao próprio universo como
energia, positiva ou negativa; logo recebemos, temos por frutos internos e
externos, exatamente aquilo que sair de nossa energia vital agora.
" Sentir o calor do deserto,
sentir o frio das noites no deserto são,
Tão somente uma armadura chamada (experiência) que nos põe
de pé em ombros de gigantes, à saber, sobre os ombros daquilo que é maior do
que nós. " - Filósofo Nilo Deyson Monteiro Pessanha
A realidade que você enxerga no deserto é apenas o seu ponto
de vista, são seus sentimentos ali, unicamente sozinho.
Nilo Deyson Monteiro

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