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O Brasil e o Futuro das Terras Raras: Crescimento, Reservas e Desafios até 2034



LabFabITR, primeiro laboratório-fábrica de ímãs e ligas de terras-raras do hemisfério sul.
 Foto: LabFabITR/Divulgação





 Potencial inexplorado: Brasil tem segunda maior reserva global, mas produz menos de 0,05%




Nos próximos dez anos, o Brasil deve assistir a um salto expressivo na demanda por Elementos Terras Raras (ETRs). De acordo com projeções da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), o consumo interno pode sextuplicar entre 2024 e 2034, passando de cerca de 1.000 toneladas para mais de 6.000 toneladas anuais. Esses minerais, fundamentais para setores como energia renovável, mobilidade elétrica e tecnologia, colocam "O Brasil e o Futuro das Terras Raras"  no radar global não apenas pelas reservas, mas também pela possibilidade de romper com a dependência da China.



 A composição e relevância dos ETRs


Os Elementos Terras Raras não são exatamente raros em disponibilidade, mas são complexos de extrair e purificar. Esse grupo de 17 elementos químicos inclui o neodímio, disprósio, lantânio e outros, essenciais para a fabricação de motores de carros elétricos, turbinas eólicas, sensores, baterias e componentes eletrônicos de alta performance. Seu alto grau de magnetismo e resistência térmica os tornam vitais na corrida global pela descarbonização.



Distribuição global e posição brasileira


Segundo dados do USGS (United States Geological Survey), a China detém cerca de 40% das reservas mundiais e é responsável por mais de 70% da produção global de ETRs. O Brasil, por sua vez, possui aproximadamente 19% das reservas conhecidas, mas responde por apenas 0,02% da produção mundial.


Essa disparidade coloca o país em uma posição estratégica: tem potencial geológico, mas ainda depende de políticas industriais, investimentos em tecnologia de processamento e formação de mão de obra especializada.


 Iniciativas industriais e centros de inovação


O principal destaque atual é o projeto MagBras, coordenado pelo Instituto SENAI de Inovação em Processamento Mineral. Em operação na planta-piloto em Lagoa Santa (MG), a unidade é capaz de produzir até 100 toneladas por ano de ímãs permanentes compostos de ligas de neodímio, ferro e boro. O projeto representa um marco por ser o primeiro no Hemisfério Sul com capacidade produtiva industrial em ETRs.


 Parcerias estratégicas e investimentos


Com investimento total de R$ 73,3 milhões, sendo R$ 60 milhões oriundos do Programa Mover e R$ 13,3 milhões de contrapartidas privadas, o MagBras conta com a participação de 28 empresas e 7 instituições de pesquisa. Dentre os parceiros estão WEG, Stellantis, Vale, Mosaic e universidades como UFSC e UFMG.



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 Cenário de mercado e aplicações estratégicas


A crescente demanda mundial por veículos elétricos e turbinas eólicas é o principal motor da corrida por ETRs. Um carro elétrico, por exemplo, pode conter de 30 a 50 kg de ímãs permanentes em sua estrutura. No caso das turbinas eólicas, cada unidade pode consumir até 600 kg desses materiais.


Segundo a IEA (Agência Internacional de Energia), a demanda por ETRs para energias renováveis pode aumentar em mais de 400% até 2040. O Brasil, se acelerar seu ciclo produtivo, pode capturar parte relevante desse mercado.



 Obstáculos regulatórios e de conhecimento


Apesar do potencial geológico, o Brasil enfrenta desafios como falta de legislação específica, licenciamento ambiental moroso, escassez de profissionais especializados e dificuldade em escalar tecnologicamente a produção. Segundo André Pimenta de Faria, coordenador do projeto MagBras, “a formação de técnicos e engenheiros com conhecimento aplicado é hoje um dos gargalos mais críticos”.



 Análise comparativa: reservas versus produção mundial






Participação Mundial nas Reservas e Produção de Terras Raras

País Reservas (%) Produção (%)
China 40% 70%
Brasil 19% 0,02%
Outros 41% 29,98%

 


Considerações finais e projeção até 2034


O mercado global de terras raras pode atingir US$ 20 bilhões até 2030, segundo estimativas da Fortune Business Insights. Para que "O Brasil e o Futuro das Terras Raras" ,  amplie sua participação nesse mercado, será necessário um alinhamento entre governo, setor privado e instituições de pesquisa.


Com reservas naturais abundantes, infraestrutura em expansão e iniciativas pioneiras como o MagBras, o Brasil das terras raras, pode deixar de ser apenas um exportador de commodities para assumir protagonismo na nova economia limpa e digital.



Fonte de dados: EPE, USGS, IEA, SENAI, Fortune Business Insights, Brasil 61.

Redação Portal Líderes

Entre cafés e brainstorms, nossa redação vive conectada aos temas que movem o mundo. Aqui, cada linha é escrita com propósito: transformar informação em conhecimento.

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