Estilos de liderança: um líder chamado Jesus de Nazaré
Antes de iniciar o artigo propriamente dito, quero esclarecer que sou cristão e confesso publicamente que Jesus Cristo é meu salvador. Contudo, o presente texto não tem viés religioso ou teológico, atendo-se à análise de Jesus enquanto líder de um grupo de discípulos.
Pois bem, o primeiro ponto que podemos observar no estilo de liderança de Jesus é que Ele exercia uma liderança formadora, ou seja, uma liderança focada no ensino-aprendizagem dos liderados.
Isso fica evidente em diversas passagens dos quatro Evangelhos, mas quero citar três delas:
1. Escolha dos futuros Apóstolos:
Convenhamos que, humanamente falando, os doze Apóstolos não eram a equipe mais invejável do mundo, ao menos no início do ministério de Jesus.
Pedro, por exemplo, era um pescador briguento da Galileia, provavelmente com muito pouco estudo formal.
Além disso, a equipe era tão heterogênea que não havia um padrão nem no perfil comportamental de cada, nem nas profissões exercidas por eles: pescadores, cobradores de impostos e zelotes (um grupo revolucionário que almejava expulsar os romanos da Judeia) conviviam, sabe-se Deus como, em harmonia.
2. As parábolas:
Com a universalização da educação e do ensino, talvez fique difícil para o homem moderno o entendimento deste ponto, porém vou tentar explicá-lo.
Jesus utilizava parábolas, que são histórias (reais, na maioria dos casos) que visam ensinar um preceito moral.
Veja algumas parábolas contadas por Jesus:
- - Parábola das dez virgens
- - Parábola do rico e Lázaro
- - Parábola do semeador
- - Parábola do filho pródigo
- - Etc.
Todas as parábolas traziam consigo um ensinamento valioso aos discípulos de Jesus (ou alunos, em uma linguagem contemporânea).
O interessante é que Jesus contava a Parábola e não dava explicações à multidão, que muitas vezes ficava sem entender o real motivo daquela historinha ter aparecido na pregação. Posteriormente, quando estava a sós com seu grupo seleto, Ele explicava os aspectos simbólicos e metafóricos do que havia contado anteriormente, dizendo que havia feito isso exatamente para que a maioria das pessoas, que não estavam ali pelos ensinamentos, mas pelos milagres que Jesus fazia, não entendesse a mensagem.
Eu disse um pouco acima que era difícil para as pessoas de hoje entenderem essa seletividade por conta da universalização do ensino, pois na época, a concepção de que todos deveriam ter igual acesso a todos os ensinamentos era no mínimo absurda.
3. Exemplos práticos
O terceiro exemplo amplamente comprovado em diversas passagens dos Evangelhos está no próprio exemplo de Jesus como matéria complementar de ensino.
De nada adianta se dizer líder, pregar determinada conduta exemplar e, na hora de praticar, dar o exemplo oposto. E o líder Jesus se preocupava com isso a cada passo.
Ele foi manso, compreensivo, humilde, andou com toda sorte de marginais (no sentido real do termo), não negou palavras de cura, consolo e salvação a ninguém e se orou exclusivamente em momentos de injustiça, como quando expulsou os vendedores do templo e quando chamou religiosos hipócritas de "raça de víboras", demonstrando que ser equilibrado não significa compactuar com o erro.
Se você é um líder, seja de uma equipe esportiva, de uma equipe corporativa, de uma religião ou em qualquer outra atividade, mirar o exemplo dado por Jesus de Nazaré, o filho de um carpinteiro da mais simplória aldeia de sua região, seja você cristão ou não.
É isso!
Boa Leitura!
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